sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Templo de Apolo, Teatro de Epidauro e Templo de Asclépio

Peloponeso de Oeste a Leste

Acordamos sem pressa e logo deixamos a cidadezinha de Olympia, construída somente para receber os turistas que visitam as ruinas. Na Grécia é comum que os sítios arqueológicos sejam isolados, distantes das cidades. Não se sabe porque nesses anos todos não foram construídas cidades por perto . Uma das exceções é Olympia, onde há uma cidade pequena e moderna ao lado do Sítio Arqueológico. Portanto, quando vierem por aqui e forem procurar esse tipo de atração turística, saibam que podem estar no meio de uma estrada bem isolada.

Assim é o Templo de Apolo e para chegar até ele foi preciso pegar umas estradinhas estreitas em volta de montanhas altíssimas. As estradas na Grécia não são esburacadas e mal conservadas como as de Montenegro e da Albânia, mas são também estreitas e perigosas. Depois de uma hora de viagem para percorrer apenas 50 km chegamos a Andritsena, uma cidadezinha que fica a 14 km do Templo. A cidade é uma gracinha, sua única rua é a estrada estreitíssima. Fica isolada do mundo no alto de uma montanha. Dali segue-se em uma estrada ainda mais estreita e chega-se ao Templo. Valeu a pena chegar até ali, pois suas colunas ainda estão em pé e não são apenas ruinas que nos impõe imaginar como teria sido o passado. Mas estão fazendo uma lentíssima obra de restauração e o templo está coberto com uma grande lona, como as de circo. Com isso não podemos contemplá-lo de longe, como seria interessante, mas o acesso é irrestrito e a visita não foi em vão.

Do oeste do Peloponeso rumamos para o leste, na direção de Corinto, onde estamos agora. No caminho a cidade mais interessante é Megalopolis, que apesar do nome é bem pequena e simpática. Antes de chegarmos em Corinto, fomos conhecer outro sítio arqueológico importante, onde está o Teatro Epidauro, um magnífico e enorme anfiteatro da antiguidade, que está totalmente preservado. Ao lado estão as ruínas do templo de Asclépio, o Deus médico, sobre quem andei estudando e escrevendo nos últimos tempos. Epidauro também fica no meio do nada, mas perto de uma cidade com o mesmo nome. Aliás há mais de uma cidade com nome de Epidauro, uma delas a beira-mar, muito bonitinha.

A visita a Epidauro foi muito boa, mas o toque alto foi quando eu e Paulinho estávamos no último degrau da arquibancada (são quase 70­­) e uma turista se postou bem ao meio do palco e entoou uma linda ária. A acústica é perfeita e todos puderam viver o momento único e inesquecível. Do alto podia-se avistar toda a região montanhosa, o teatro e os turistas petrificados ouvindo a canção. Uma cena memorável.

Chegamos em Corinto ao anoitecer. Fomos na direção dos hotéis indicados pelo Tom Tom, nosso navegador. São todos fora da cidade, tipo resorts para o verão. Voltamos e logo encontramos um hotelzinho na cidade, perto dos calçadões do centro. Saímos à pé para jantar e tivemos uma experiência interessante. Pela primeira vez na viagem fomos a um restaurante em que o cardápio não tinha tradução e as pessoas não sabiam falar italiano nem inglês. Imaginem a cena! As únicas palavras esboçadas pela garçonete eram “chicken” e “pork”. Tudo bem, entendemos que tinha um prato feito de porco outro de frango. Mas tivemos que pedir sem saber mais nada a respeito. O que nos salvaria seria a “salada grega” e as “batatas fritas”, outras palavras que saíram com dificuldade da gentil garçonete que nos serviu. O final foi feliz, o porco era um lombo frito, sequinho, bem gostoso. O frango era tipo indiano, com um molho cremoso. Gostamos e saboreamos. A batata era especial, frita com a casca e com um pouco de páprica doce.

Amanhã cedo vamos conhecer o sítio arqueológico de Corinto, que fica um pouco afastado da cidade.

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