terça-feira, 26 de outubro de 2010

Bulgária - a Sófia magestosa

Hoje é dia 26 de outubro, estamos em Sófia, capital da Bulgária. Ontem foi um dia inteiro na estrada. Saímos de Atenas às 10 e meia e seguimos na direção de Tessalônica. A estrada era pista dupla quase o tempo todo.  Entramos em Tessalônica, mas como nosso objetivo era de apenas passar a noite, sem pretensões turísticas, achamos a cidade grande e agitada demais para isso. Como ainda era meio da tarde, resolvemos seguir viagem na direção da Bulgária e dormir em  qualquer cidade grega perto da fronteira. Encontramos Serres no mapa e tivemos sorte, pois se trata de uma cidade de médio porte, muito bonita e agradável. Demos umas voltas para conhecer a cidade e procurar hotel. Encontramos um hotel excelente, o Fillipos Xenia. Eu e Paulinho fomos para a piscina, que faz parte de uma moderna academia. Depois fomos todos ao restaurante do Hotel, onde comemos muito bem em um ambiente bonito e requintado.

Hoje saímos cedo para chegarmos logo à Bulgária. A viagem até Sófia foi tranquila, mas a estrada é mão dupla e como todas da Europa, não tem acostamento. Fizemos os 220 km em três horas. O centro de Sófia é imponente, com os principais palácios e igrejas em uma só avenida, que percorremos a pé nos dois sentidos, pois estamos hospedados no Radisson Hotel, que fica bem em frente à Assembleia Nacional e a poucos metros da Catedral de Santo Alexander Nevski, uma magnífica obra arquitetônica. Em seguida está a Igreja Ortodoxa Russa, a Igreja de Santa Sofia, a Galeria Nacional de Arte, a Presidência e outros bonitos e imponentes edifícios. Almoçamos em um restaurante estilo americano, tipo Fridays. Jantamos no hotel. Amanhã seguiremos para a Macedônia e, em seguida Kossovo. Mas ainda não sabemos se vamos conseguir entrar em Kossovo e, caso seja possível, se será possível ir diretamente para a Sérvia, pois até há pouco tempo essa fronteira estava fechada. Hoje nada sabemos. Se não der certo, de Pristina teremos que voltar à Skopie e entrarmos na Sérvia pela fronteira com a Macedônia. Vamos lá!

domingo, 24 de outubro de 2010

Dois dias na terra do Partenon

Estamos há dois dias nessa cidade fantástica, uma mescla de culturas e o culto do passado helênico. Saímos dia 23 de Corinto, onde logo no começo da manhã fomos conhecer as ruinas da cidade antiga. Depois de termos conhecido Olímpia, o Templo de Apolo e Epidauro, Corinto não nos entusiasmou tanto, pois são poucas coisas em pé e o museu não é muito importante. Ao contrário do que disse sobre muitos dos sítios arqueológicos, em Corinto cresceu um bairro ao redor das ruínas, o que deixa o local não muito bonito, pois são casas feias e com péssima urbanização. A Grécia não é primorosa em relação ao urbanismo moderno.

De Coriinto para Atenas tomamos uma autoestrada e, por isso, a viagem é bem rápida, menos de uma hora. Demora-se um pouco dentro da cidade, pois o trânsito é caótico. Como sempre, não reservamos hotel com antecedência e eu fazia questão de ficar ao lado da Acrópole. Tivemos sorte, pois já ficamos no segundo hotel visitado, o Royal Olimpic Hotel. O hotel é luxuoso, com amplos salões com piso de mármore e o restaurante é privilegiado, com uma perfeita vista do Partenon, do templo do Zeus Olímpico e do Arco de Adriana. Além de tudo, tem garagem subterrânea e, por incrível que pareça, manobrista.

No primeiro dia fomos logo para a Acrópole, onde, é claro, visitamos o Paternon, o Teatro de Dionísio, o Propileu e o Templo de Atenas. Em seguida descemos e percorremos toda a Ágora Antiga. Ao anoitecer saímos por um portão lateral que divide com o bairro Monastiraki. Percorremos algumas de suas ruas e logo encontramos um trenzinho, que nos aliviou o cansaço. No trenzinho percorremos as ruas ao redor de Acrópole, incluindo o Parlamento e o famoso bairro de Plaka.  Voltamos ao hotel e à noite tornamos à Plaka para jantar em uma Taverna típica.

Hoje acordamos tarde e fomos de táxi para o Museu Arqueológico, que percorremos em pouco mais de 2 horas. Ali estão dezenas de estátuas e centenas de vasos, jóias e outros adereços, quase tudo dos tempos antes de Cristo. Vale a pena conhecer o Museu, mas não é tão grande como consta de um importante guia brasileiro.

Voltamos ao bairros de Plaka e Monastiraki para percorrer suas ruazinhas simpáticas e almoçar em uma mesa externa diante do movimento dos turistas. No fim da tarde retornamos ao hotel, onde jantamos maravilhosamente bem, tendo de um lado o Partenon e de outro a lua cheia que iluminava o Templo de Zeus Olímpico e o Arco de Adriana.

Amanhã cedo seguimos para Tessalonica, no nordeste da Grécia. Começamos, assim, o  nosso retorno para a Itália. Mas passaremos pela Bulgária, Macedônia, Kossovo, Sérvia, Hungria, Croácia e Eslovênia. 

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Templo de Apolo, Teatro de Epidauro e Templo de Asclépio

Peloponeso de Oeste a Leste

Acordamos sem pressa e logo deixamos a cidadezinha de Olympia, construída somente para receber os turistas que visitam as ruinas. Na Grécia é comum que os sítios arqueológicos sejam isolados, distantes das cidades. Não se sabe porque nesses anos todos não foram construídas cidades por perto . Uma das exceções é Olympia, onde há uma cidade pequena e moderna ao lado do Sítio Arqueológico. Portanto, quando vierem por aqui e forem procurar esse tipo de atração turística, saibam que podem estar no meio de uma estrada bem isolada.

Assim é o Templo de Apolo e para chegar até ele foi preciso pegar umas estradinhas estreitas em volta de montanhas altíssimas. As estradas na Grécia não são esburacadas e mal conservadas como as de Montenegro e da Albânia, mas são também estreitas e perigosas. Depois de uma hora de viagem para percorrer apenas 50 km chegamos a Andritsena, uma cidadezinha que fica a 14 km do Templo. A cidade é uma gracinha, sua única rua é a estrada estreitíssima. Fica isolada do mundo no alto de uma montanha. Dali segue-se em uma estrada ainda mais estreita e chega-se ao Templo. Valeu a pena chegar até ali, pois suas colunas ainda estão em pé e não são apenas ruinas que nos impõe imaginar como teria sido o passado. Mas estão fazendo uma lentíssima obra de restauração e o templo está coberto com uma grande lona, como as de circo. Com isso não podemos contemplá-lo de longe, como seria interessante, mas o acesso é irrestrito e a visita não foi em vão.

Do oeste do Peloponeso rumamos para o leste, na direção de Corinto, onde estamos agora. No caminho a cidade mais interessante é Megalopolis, que apesar do nome é bem pequena e simpática. Antes de chegarmos em Corinto, fomos conhecer outro sítio arqueológico importante, onde está o Teatro Epidauro, um magnífico e enorme anfiteatro da antiguidade, que está totalmente preservado. Ao lado estão as ruínas do templo de Asclépio, o Deus médico, sobre quem andei estudando e escrevendo nos últimos tempos. Epidauro também fica no meio do nada, mas perto de uma cidade com o mesmo nome. Aliás há mais de uma cidade com nome de Epidauro, uma delas a beira-mar, muito bonitinha.

A visita a Epidauro foi muito boa, mas o toque alto foi quando eu e Paulinho estávamos no último degrau da arquibancada (são quase 70­­) e uma turista se postou bem ao meio do palco e entoou uma linda ária. A acústica é perfeita e todos puderam viver o momento único e inesquecível. Do alto podia-se avistar toda a região montanhosa, o teatro e os turistas petrificados ouvindo a canção. Uma cena memorável.

Chegamos em Corinto ao anoitecer. Fomos na direção dos hotéis indicados pelo Tom Tom, nosso navegador. São todos fora da cidade, tipo resorts para o verão. Voltamos e logo encontramos um hotelzinho na cidade, perto dos calçadões do centro. Saímos à pé para jantar e tivemos uma experiência interessante. Pela primeira vez na viagem fomos a um restaurante em que o cardápio não tinha tradução e as pessoas não sabiam falar italiano nem inglês. Imaginem a cena! As únicas palavras esboçadas pela garçonete eram “chicken” e “pork”. Tudo bem, entendemos que tinha um prato feito de porco outro de frango. Mas tivemos que pedir sem saber mais nada a respeito. O que nos salvaria seria a “salada grega” e as “batatas fritas”, outras palavras que saíram com dificuldade da gentil garçonete que nos serviu. O final foi feliz, o porco era um lombo frito, sequinho, bem gostoso. O frango era tipo indiano, com um molho cremoso. Gostamos e saboreamos. A batata era especial, frita com a casca e com um pouco de páprica doce.

Amanhã cedo vamos conhecer o sítio arqueológico de Corinto, que fica um pouco afastado da cidade.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

GRÉCIA - Estamos no templo de Zeus

Hoje escrevo sobre três dias de viagem: 19, 20 e 21 de outubro. Isso porque apesar de estarmos nos segundo melhor hotel da viagem, houve uma sobrecarga de energia na véspera de nossa chegada e queimou o modem do hotel.

No último relato estávamos em Tirana, capital da Albânia. Para nós era um desafio chegar ali. Primeiro por se tratar de um lugar com uma importante e triste história, dos tempos do comunismo, em que a Albânia era o país mais fechado do mundo. Sabíamos que as coisas já mudaram, mas assim mesmo seria interessante conhecer esse país. Segundo, porque as notícias eram de estradas muito ruins. Pois bem, o país é realmente interessante, mas a capital não dispõe de atrações turísticas. Disso já falamos. E sair da Albânia foi ainda mais difícil que entrar, tudo por causa de suas estradas.

Saímos de Tirana rumo à Grécia, no sul. A estrada foi pior do que a do norte, na chegada. No começo, desde Tirana até Fier, a estrada é boa, sem problemas. Até Balish é mais ou menos. Mas o trecho de Balich - Tepelene é de lascar. Mais uma vez pegamos serra, chuva e estrada de terra, ou pior, uma estrada que já tinha sido de asfalto, mas que deve ter sido desmanchada para ser construída uma nova. Andávamos em cascalho em meio a algumas máquinas. Mas não nos pareceu que a obra iria terminar tão cedo. Saindo de Telepene tudo foi melhor. Pegamos até um pequeno trecho de pista dupla até chegar Gjirokaster, uma cidade que é tombada pela Unesco como patrimônio da humanidade.  Realmente é uma cidade muito bonita, com um grande e antigo castelo, mas como chovia, não nos foi possível conhecer tudo. Almoçamos em um restaurante muito bonito, no alto da montanha mais alta, o Kerculla . Além de é isolado e tranquilo, nós éramos os únicos clientes naquela hora. Como em toda a viagem, logo nos atendeu um que falava italiano e gostava do Brasil Parece que o sonho de todo garçom por aqui é conhecer a nossa terra.

Devemos destacar um fato interessante sobre as estradas da Albânia. Avistamos diversas barreiras da polícia rodoviária e 4 delas nos mandaram parar. Por azar duas vezes estávamos em velocidade superior à permitida, que é de apenas 50 km por hora. Mas os guardas nos liberaram assim que souberam que éramos brasileiros. Interessante ver o sorriso dos policiais. Um deles chegou a gritar para o outro que estava a uns 10 metros de distância: Brasil Brasil! Claro que todos falaram em Ronaldo, Ronaldinho e Robinho. É isso aí pessoal, Brasil é “passe livre” nas estradas da Albânia.

Depois de Gjirokaster entramos em território grego. A estrada melhorou, mas nada de autoestrada. Apenas uma estrada simples com bom asfalto. Dormimos em Ionaninna, uma movimentada cidadezinha na beira do Lago Pamvotis. Foi um dia só para a estrada. Não fizemos nada de interessante, a não ser o almoço no alto de Gjirokaster e o jantar na beira do lago de Ioaninna, para logo voltarmos ao hotel.

Dia 20 saímos de Ioannina e seguimos para o Peloponeso, onde está uma parte importante da cultura grega. Pegamos uma estrada comum e um pequeno trecho de autoestrada até passarmos pela Ponte de Patra, travessia que até alguns anos atrás só se fazia de ferry-boat. Depois de Patras seguimos rumo ao litoral oeste até chegarmos em Olympia, nosso primeiro alvo de interesse na Grécia.

Adoramos a cidadezinha, com poucas ruas de calçada, repleta de hotéis, restaurantes e lojinhas de bugigangas, tudo feito para o turista. No final da ruazinha principal encontramos um hotel que nos encantou, sobretudo porque está diante do parque arqueológico e dos museus: Hotel Olympia Palace. Quarto bom e estacionamento em frente.  Por sugestão do Paulinho decidimos parar um pouco por aqui, para descansarmos. Isso significa ficar dois dias em um mesmo lugar. Como chegamos ao final da tarde, só deu tempo de uma rápida visita no sítio arqueológico, onde voltaríamos no dia seguinte. Jantamos muito bem , tomamos um excelente vinho e fomos dormir cedo.

Nosso terceiro dia em território grego foi somente para conhecer Olympia. O que se pode fazer em apenas duas horas, gastamos muito mais do que isso, pois o interesse do Paulinho nos entusiasmou. O sítio arqueológico é apenas de ruínas e umas poucas colunas em pé mas, auxiliado por um livro que compramos por aqui, pudemos visualizar bem como era a vida há 2.600 anos. Ali estavam o Templo de Zeus e os edifícios para os jogos, além do enorme Estádio onde se realizavam as corridas e outras competições. O museu arqueológico é muito bom , com as esculturas que faziam parte do templo de Zeus e a famosa Nike que adornava a parte sua externa.

Dois dos edifícios lembraram nossa família: O Leonidium e o Filpion. Leonidium era o maior dos prédios, um quadrado com cerca de 80 metros em cada lado. Filipion é uma espécie de quiosque coreto, com altas colunas sustentando seu telhado.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Albânia, o país que já foi o mais isolado do mundo

Nossa maior insegurança nessa viagem era em relação à ALBÂNIA, pois recebemos algumas informações pessimistas, umas com péssimas notícias sobre as estradas e outras nos alarmando sobre a barreira na fronteira. Por sorte nossa essa última informação era infundada, pois na fronteira não houve nenhuma novidade. Passaportes, documentos do carro e seguro. Bastou mostrar tudo isso e pronto, nossa entrada foi liberada na hora. No Brasil, a agência de turismo que negociou o carro disse-nos que o seguro não incluía a Albânia, mas enganou-se. Assim que recebemos o carro já pudemos ver na apólice que a Albânia está incluída. Essa expectativa se confirmou na fronteira.

Mas as estradas ... Sobre estradas péssimas, as informações estavam corretíssimas.

A surpresa é que a pior estrada não está na Albânia, mas ainda no território de Montenegro, na direção da Albânia. São 20 km de serra em uma estrada deserta que não tem sequer duas pistas de rolamento. Quando vem um carro em sentido contrário temos que parar. De um lado a encosta, de outro a ribanceira, sem proteção alguma. Um absurdo! Repito: a pista tem sentido duplo e nem cabe os dois carros direito. É muito estreita e perigosa, sem qualquer sinalização. Ainda não inventaram o guard-rail por aqui.

Após a fronteira com a Albânia os problemas permanecem. Na verdade nem estrada há. Os primeiros 54 km são percorridos em um caminho de cascalho, com buracos pra todo lado. Estão tentando construir uma estrada, mas a obra é do tipo DER-DF, com homens e máquinas em meio aos nossos carros. Só não é pior porque não é deserta nem está na serra. A estrada é quase reta e em todo o trajeto se veem casas, chácaras e pequenas vilas. Além disso, é bastante movimentada.

Mas a partir de Shkoder, a primeira grande cidade do norte da Albânia, tudo é diferente e começa uma estrada de verdade. Dessa cidade são mais 80 km até Tirana, em estrada muito boa, com uma parte em pista dupla. O contraste era grande, comparando com o começo da viagem. Nessa estrada há vários postos de gasolina e restaurantes novos, bonitos e limpos. Quando paramos em um deles, vimos que a proprietária falava muito bem o italiano e o Euro foi aceito tranquilamente. Ela viveu pertinho de Assisi por mais de 10 anos.

A chegada em Tirana foi tranquila. A cidade é muito movimentada, carro e gente para todos os lados. Na rotatória não há preferência. Os carros vão se pondo à frente dos demais. Uma hora chega a vez. À medida que nos aproximávamos do centro a cidade ia melhorando. Chegamos na praça principal, onde está o Tirana Internacional Hotel, que dessa vez tínhamos reservado na véspera. A praça está em obras, mas percebe-se que é bonita e ampla. Aliás, tudo no centro é amplo. São muitos os parques e jardins e as ruas e avenidas são largas. Do lado de nosso hotel fica a Mesquita principal. Mas a poucos metros tem uma igreja católica. As religiões eram proibidas no tempo do comunismo, mas voltaram com toda a força e todos vivem em harmonia.

Assim que deixamos a mala no hotel, fomos passear e procurar um restaurante para almoçar. Nesse passeio outras boas surpresas. Fomos à pé até o bairro Block Area, perto da Universidade. Muita gente na rua, na maioria, jovens bonitos e alegres. Nesse bairro há dezenas de cafés, todos com muitas mesas ao ar livre. E todas ocupadas. Nunca vimos tanto movimento. Às 13 horas e o povo todo nos bares tomando café. Parece que já tinham almoçado. Um dos cafés deveria ter mais de 200 mesas.

Almoçamos no Restaurante Serendipity, de comida mexicana, italiana e típica local. Comemos bem. Em seguida continuamos a conhecer a cidade. Não há muitos pontos turísticos para visitar. Nosso interesse era praticamente ver as pessoas e a arquitetura da cidade. Nesse ponto era muito parecida com Monte Negro, mas aqui a cidade é bem maior. São muitos prédios velhos e horrorosos, em meio a prédios bonitos e modernos. Quanto às pessoas, vê-se claramente a globalização dos costumes. Todos se vestem como no Brasil e na Europa Ocidental. Celulares, bolsas de grife, e cabelos demonstram os mesmos hábitos que temos.

A moeda local é o Leke. Um Euro vale 125 Lekes. Por aqui tudo é barato. Vale a pena vir.

Nessa manhã de terça-feira, dia 19, estamos partindo para o sul. Não sabemos se chegaremos na Grécia hoje, pois as estradas não são boas. No caminho há uma importante cidade histórica que faz parte de nosso roteiro, Gjirokastra, que fica no sul da Albânia. Talvez tenhamos que dormir por ali. 

domingo, 17 de outubro de 2010

De Dubrovnic a Podgorica

Hoje o dia foi tranquilo, com um percurso de viagem muito curto. Saímos de Dubrovnic, na Croácia, e viemos até Podgorica, em Monte Negro. Já imaginávamos que a estrada não seria boa, pois os guias apontavam 3 horas de viagem para apenas 140 km. E ainda nos disseram que na fronteira perderíamos muito tempo na fila e com a burocracia. Mas a notícia não tinha fundamento e não demoramos mais de 5 minutos na fronteira. Como sempre nos pediram passaportes e o seguro do carro. A novidade é que tivemos que pagar 10 Euros de taxa ecológica.

A viagem começa percorrendo a costa croata até seu extremo sul , entrando em território montenegrino e seguindo o mar até a cidade de Petrovac. Logo que passamos a fronteira entramos em uma pequena cidade chamada Kotor, onde pegamos um ferry-boat para atravessar um estreito braço de mar. São cerca de 10 minutos de travessia, com pouca espera para a partida.

Desde Dubrovnic até Petrovac a estrada é toda beira-mar, nos proporcionando sempre uma vista deslumbrante e boas ocasiões para fotografia. Na estrada muitas curvas em uma pista estreita de sentido duplo. Mas a vista compensou o esforço. Lembro sempre aos leitores que estamos no outono de 2010. Dizem que por aqui o verão é terrível, com gente em excesso e carro em excesso.

Depois de percorridos 80 km de litoral é que começa a serra rumo ao interior. Em Petrovac deixamos a costa e seguimos em perpendicular na direção de Podgorica. Pegamos um trecho de 20 km de estradas que é de lascar. Curva após curva, sempre beirando altos precipícios, em uma estrada péssima, muitas vezes sem proteção alguma. Desviar meio metro significa cair de uma altura considerável. Depois a estrada fica boa, quando se atravessa o Lago Scutari, que divide Montenegro e Albânia. Mas ainda ficamos só do lado de cá. Amanhã é que seguiremos para Tirana, passando por outra estrada. Podgorica é perto da divisa com a Albânia.

Chegamos em Podgorica. A cidade é pequena e nova. Não há absolutamente NADA para ver. Disseram que teria uma igreja, mas ela ainda está em construção na parte interior. Para conhecer a cidade não precisamos mais de 20 minutos. O panorama é paradoxal: horrorosos  prédios velhos e lindos e modernos edifícios. Há excelentes hotéis e muitos bons restaurantes. Mas servem somente para negócios, pois não há turismo por aqui. Almoçamos no restaurante Carine, muito grande e bonito. A cozinha é italiana, como em quase todos os restaurantes da cidade.

Montenegro tornou-se independente da Sérvia há apenas 4 anos, mas já está em pleno desenvolvimento. Adotou unilateralmente o Euro como moeda nacional, sem que faça parte da União Europeia e muito menos da Zona do Euro.

sábado, 16 de outubro de 2010

UM DIA EM DUBROVNIC

Realmente Dubrovnic merece o título de “roteiro do momento”, pois é parada obrigatória de transatlânticos e incluída em todos os roteiros para a Europa Oriental. A cidade é fascinante, seja pelo mar de águas tranquilas, seja pela Cidade Histórica, seja pelos bairros adjacentes.Mais bonita que Split e Zarda.

Chegamos de carro, vindo de Sarajevo, e hoje passamos o dia passeando pela cidade. Difícil foi encontrar estacionamento para o carro. Estamos no outono, imagino como fica essa cidade nos tempos do verão...  Por isso, aconselho um hotel mais perto da muralha, mas prepare-se para o preço. As diárias que agora estão entre 150 e 300 Euros podem dobrar ou triplicar durante o verão.

Na cidade histórica, percorremos toda a muralha, um passeio inesquecível, especial para fotografias. De um lado o mar de outro as montanhas. E entre os muros os prédios velhos, dentre eles muitas igrejas e conventos. Nas ruelas as lojinhas e restaurantes iguais a todos os lugares. É incrível como as lojas de grife são as mesmas em todas as partes do mundo. Encontrar uma comida típica aqui é quase impossível, pois a proximidade da Itália e a aceitação internacional fazem da Croácia um reduto de pizzas e massas de todos os tipos.

Por falar em Itália, na Croácia e na Bósnia encontramos quem fala italiano em todos os restaurantes e hotéis que chegamos. Mas o inglês, é claro, é a língua mais aceita. Igualmente o Euro é aceito em quase todos os lugares. Onde nunca se aceita Euros é em estabelecimentos púbicos, como museus e transporte urbano, incluindo os teleféricos. Mas no teleférico pagamos com cartão de crédito.

Nossa tarde terminou subindo o teleférico e comendo uma torta de maça com uma taça de vinho branco. A vista é linda, naturalmente.

Não há detalhes para aumentar o nosso relato, mas sem sombra de dúvidas foi um passeio inesquecível. Amanhã sairemos cedo para Montenegro, parando para dormir na capital Podgórica.

Medugorje e Dubrovnik

Nosso quarto dia de viagem foi muito tranquilo, praticamente reservado para o deslocamento Sarajevo – Duvrovnik. Estamos saindo de Sarajevo antes do previsto porque o clima não está bom, chovendo sem parar. Não há previsão para tempos melhores e ficar aqui seria apenas conhecer melhor o hotel.

Deixamos Sarajevo com calma, após um laudo café da manhã no mesmo restaurante panorâmico e giratório. Pegamos a mesma estrada para Mostar e novamente pudemos saborear as delícias vistas por todos os lados: o rio e as montanhas. Retornar pela mesma estrada serviu para confirmar ser esse o trecho de viagem mais bonito que já tivemos a oportunidade de vislumbrar assim de perto.

Não paramos em Mostar, onde tínhamos dormido na véspera. Mas dessa vez fomos à Medugorje, conhecer a famosa cidade palco das aparições marianas. Como já imaginávamos, a cidade em si não é nada. Tem apenas uma igreja que não revela arquitetura especial. Mas ao redor da igreja e em todas as ruas da cidade são dezenas de lojinhas e de hotéis. Um grande comércio montando em torno do fenômeno religioso.

Seguimos, então, rumo à Dubrovnik. Logo após Medugorje chegamos à fronteira com a Croácia, a mesma que estivemos dois dias antes. Dessa vez, todavia, tomamos o rumo do mar, onde a viagem de carro tornou a ser um espetáculo visual. São diversas enseadas e ilhas, sendo que a estrada margeia a costa, proporcionando-nos uma lida vista da costa croata.

Deixar a Bósnia deixa saudades. Não tínhamos idéia de que o lugar seria tão interessante. Temos que voltar com calma e com o tempo melhor.

O curioso dessa viagem é que chega-se novamente na Bósnia. A geografia desses dois países é muito estranha, pois praticamente todo o mar pertence à Croácia, que segue rumo sul com uma pequena faixa de terra costeira, enquanto a Bósnia permanece sempre vizinha do mar, sem alcança-lo, exceto nesse pequeno trecho de apenas 13 km. Isso significa duas fronteiras a atravessar: Da Croácia para a Bósnia e, 13 quilômetros depois, da Bósnia para a Croácia novamente. Nesse pequeno trecho bósnio há uma cidade muito bonita, com casas encravadas nos rochedos diante do mar.

Chegamos à Dubrovnik. Como é de nosso costume, não tínhamos hotel reservado e, ao chegar, ficamos passeando pela cidade escolhendo um bom hotel. Sempre dá tudo certo. Primeiro fomos ao Centro Histórico, que é totalmente diferente dos outros. Só o conhecemos uma parte, pois teremos o dia seguinte somente para isso.

Dormimos no Hotel Ariston, à beira do mar, a 5 km do centro histórico.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sarajevo – um sonho realizado

Nossa jornada começou em Mostar. A estrada Mostar-Sarajevo é linda, uma das paisagens mais bonitas que já vimos. A estrada segue um lindo rio de águas bem verdes. Nos dois lados enormes montanhas de pedra. A rodovia é de duplo sentido, mas como estamos no outono, não há muito movimento. Minha velocidade máxima foi de 70 km, pois todo o percurso foi feito sob uma pequena chuva.

Logo que chegamos a Sarajevo encontramos nosso hotel, provavelmente o melhor de toda nossa viagem. Um prédio redondo de 15 andares, com um apartamento enorme. No começo da noite tomamos banho de piscina e, em seguida, fomos jantar. O restaurante vale uma nota à parte. Postado no último andar do hotel, sendo o prédio redondo, suas mesas ficam no anel externo, que gira em torno do seu eixo, nos permitindo uma vista maravilhosa de toda a cidade, pois as paredes são de vidro desde o piso ao teto. O melhor é que o preço não é alto. Tudo na Bósnia é bem mais barato que na Europa Ocidental.

Chegamos a Sarajevo. Conhecer essa cidade é a realização de um antigo sonho. Sempre fui fascinado por sua história. Agora pudemos conhecer um pouco de tudo.

Pela internet fiquei sabendo de um italiano que está morando em Sarajevo, o Mario Stinaletti. Ele trabalha como guia de turismo, fazendo receptivo. Foi ótimo, pois como estava chovendo e nós estamos ficando só um dia em cada cidade, ganhamos muito tempo com suas orientações. Veja abaixo seus contatos.

O bairro turco, dos tempos do Império Otomano. Ao lado está o bairro Húngaro. O primeiro é do século XVI, o segundo do século XIX, Um ao lado do outro, percebe-se claramente a diferença entre eles. Até a primeira guerra mundial, conviviam pacificamente aqui cristãos católicos, cristãos ortodoxos, judeus e mulçumanos. Hoje se tenta retornar a esse tempo, mas como se sabe, talvez isso nunca venha a acontecer. Mesmo assim essa é a cidade de melhor convivência entre pessoas de religião diferente. O Estado Bósnio foi fundado sobre esse alicerce. Tomara que dê certo. Mas, por enquanto, os judeus são pouquíssimos e, no geral, são três povos separados: católicos, ortodoxos e mulçumanos. Cada um tem seu próprio território dentro do país. Mas o pais é laico e o governo muito estranho, já que são 3 os presidentes da república, que governam juntos em quase tudo, mas um deles exerce a chefia de estado por apenas 8 meses, em um sistema de rodízio. Semana passada foram as últimas eleições. Cada chapa é formada de um bósnio sérvio (ortodoxo), um bósnio croata (católico) e de um bósnio muçulmano.

Como todos sabem, Sarajevo foi palco do assassinato do Príncipe Franz Ferdinand, da Áustria, acontecimento que é considerado o estopim da Primeira Guerra Mundial.Nós estivemos no local exato, onde há uma espécie de homenagem ao assassino, já que o gesto foi considerado um ato heróico para promover a independência da Yuguslávia. Mas como o assassino era Sérvio, hoje ele não é mais tão bem visto por aqui.

Como Sarajevo é a capital, apesar de estarmos na parte mulçumana do país, aqui convivem os três povos. Mas a maioria local é muçulmana.

A cidade tem ainda muitas outras atrações turísticas e, para nosso gosto, o melhor é conhecer uma cultura diferente. Sempre nos pomos a observar as pessoas e seu comportamento. Em Sarajevo paramos em um Café e nos deparamos com um lugar extremamente bonito e moderno, frequentado pela jovens também bonitos e modernos. Certamente um contraste, já que estamos em uma cidade predominantemente muçulmana.

SERVIÇO:
- Hotel em Sarajevo - RADON PLAZA HOTEL - diária para 3 pessoas: 130 Euros

- Restaurante típico no centro de Sarajevo - INAT KUCA. Pode pegar um táxi até a porta do restaurante e sair de lá à pé para conhecer todo o centro histórico. Para 3 pessoas pagamos 70 Km

- Guia de turismo (fala italiano, espanhol e ingês): MARIO STINALETTI - e-mail: sarajevo@dingoforum.it - telefone: 387 61 832156

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Aventura na Bósnia Herzegovina

O que acham de chegar de carro à noite e com chuva em um lugar desconhecido, sem qualquer reserva em hotel?  E se esse lugar for na Bósnia-Hersegovina, onde até há poucos anos havia uma das guerras mais sangrentas da humanidade e até hoje morrem pessoas que pisam em minas esquecidas? 


Mas nosso dia começou muito antes, em Zarda, na Croácia. Acordamos com calma e fomos para SPLIT, outra cidade litorânea da região que se chama Dalmácia. Do ponto de vista cultural e para uma visita rápida, achamos Split mais interessante que Zarda. Mas o ponto forte do turismo de ambas as cidades é a aventura, especialmente no mar, já que centenas de ilhas se encontram entre uma e outra cidade. Todavia, não estamos no verão e esse não é o nosso objetivo. Fica para uma próxima oportunidade. Há navios que fazem a travessia Itália-Croácia, partindo e chegando em cidades diversas. Tanto há navios de passageiros quanto navios que transportam automóveis. Um exemplo é o navio Ancona-Zara. Voltaremos em breve!


SPLIT é uma cidade moderna e bonita, também demonstrando o crescimento econômico da Croácia. Mas aqui se encontra o famoso Palácio de Deocleciano, Imperador Romano do final do terceiro século. Deocleciano foi esperto, pois logo que terminou a construção do palácio, deixou o trono de Roma e veio morar nesse lugar maravilhoso, que segundo ele seria a cidade mais bonita de todo o Império Romano. O Palácio ainda tem uma grande parte preservada, mas ainda assim pode-se conhecê-lo em somente meia hora. Ainda na parte murada do Palácio, foram sendo construídos igrejas e prédios, hoje não tão antigos. O mais importante deles é o Mausoléu de Deocleciano, uma igreja ricamente decorada.

Almoçamos muitíssimo bem. Restaurante Kavana. Fica na Zrinsko-Frankopanska, uma praça ao lado da Porta do Relógio. Muito difícil encontrar um stroganoff como esse. Sugiro também o Punjeni biftek, um excelente filé mignon recheado de queijo e presunto, com um molho sensacional. O presunto é especialidade dálmata. Ah sim! estamos na terra do cachorrão branco com bolinhas pretas! Aqui dona Cruela ficaria feliz! 

Como nosso objetivo não é aprofundar o conhecimento de cada cidade e. após umas três horas em Split. pegamos a estrada e começamos nossa aventura na Bósnia. Nosso objetivo é Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, mas sabemos que não será possível chegar ainda hoje, pois a estrada é repleta de curvas e tem senso duplo.

Por isso resolvemos dormir em Mostar, uma cidade que eu nunca tinha ouvido falar. Agora, naturalmente já sabemos tudo sobre ela. Mostar é a capital da Herzegovina-Nervetva, uma região importante do país. Encontra-se às margens do Rio Neretva e tem como principal atração turística a Ponte Velha, construída no século XVI, nos tempo do Império Otomano.




Viemos parar aqui porque ficamos sabendo de um hotel, que é "o oitavo melhor hotel do mundo". Trata-se do hotel Muslibegovic House. Será!  Mas sem termos reserva, pensamos em dormir em uma cidade bem perto, a religiosamente famosa Medugorje. Como todos sabem, Medugorje foi palco de uma aparição de Nossa Senhora em 1981 e, por essa razão, tem sido alvo de visitas de peregrinos de todas as partes. Que eu saiba o devoto mais famoso da Nossa Senhora de Medjugorje é o ex-futuro-governador Joaquim Roriz. Mas nosso navegador, o Tom Tom, não tinha registrado essa cidade e nós não pretendíamos nos arriscar em sair da rota, estando em um lugar tão diferente. em Mostar não deu outra, o famoso hotel estava lotado e nos hospedamos em uma pensão.


À noite fomos conhecer a Ponte Velha, mas chovia e com isso nosso passeio não foi muito bom. Para agravar, os muitos restaurantes que existem na Ponte Velha estavam fechados, pois no outono não há tantos turistas por aqui. Encontramos uma lanchonete e comemos uma espécie de cafta. Eu gostei.

SERVIÇO:


- Croácia: O preço da comida, como de resto de todas as coisas por aqui, é baixo. Comida para três pessoas, sem bebida alcóolica: 372kn, ou seja, cerca de 50 euros.

- Entrar na Bósnia não teve nenhum mistério. Uma simples barreira de estrada, onde mostramos os passaportes. Não sei o motivo, mas exigiram o seguro do carro. Soube que, se o seguro não incluísse a Bósnia, teríamos que fazer um seguro específico ao entrar aqui. Mas nós fizemos um leasing com a Renault , que inclui seguro para quase todo lugar e, por incrível que pareça, inclui a Bósnia-Herzegovina.

- Tudo aqui é barato. A moeda é o Konvertibilnih Maraka, cuja sigla é KM. Estou escrevendo em Croata, que também é língua oficial. Escrever em Bósnio é impossível, pois o alfabeto é diferente. Mas você pode chamr a moeda Marco Convertível. . Um Euro vale 1,94 KM. Pagamos o jantar com Euro, moeda que também é aceita nos hotéis.