segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Albânia, o país que já foi o mais isolado do mundo

Nossa maior insegurança nessa viagem era em relação à ALBÂNIA, pois recebemos algumas informações pessimistas, umas com péssimas notícias sobre as estradas e outras nos alarmando sobre a barreira na fronteira. Por sorte nossa essa última informação era infundada, pois na fronteira não houve nenhuma novidade. Passaportes, documentos do carro e seguro. Bastou mostrar tudo isso e pronto, nossa entrada foi liberada na hora. No Brasil, a agência de turismo que negociou o carro disse-nos que o seguro não incluía a Albânia, mas enganou-se. Assim que recebemos o carro já pudemos ver na apólice que a Albânia está incluída. Essa expectativa se confirmou na fronteira.

Mas as estradas ... Sobre estradas péssimas, as informações estavam corretíssimas.

A surpresa é que a pior estrada não está na Albânia, mas ainda no território de Montenegro, na direção da Albânia. São 20 km de serra em uma estrada deserta que não tem sequer duas pistas de rolamento. Quando vem um carro em sentido contrário temos que parar. De um lado a encosta, de outro a ribanceira, sem proteção alguma. Um absurdo! Repito: a pista tem sentido duplo e nem cabe os dois carros direito. É muito estreita e perigosa, sem qualquer sinalização. Ainda não inventaram o guard-rail por aqui.

Após a fronteira com a Albânia os problemas permanecem. Na verdade nem estrada há. Os primeiros 54 km são percorridos em um caminho de cascalho, com buracos pra todo lado. Estão tentando construir uma estrada, mas a obra é do tipo DER-DF, com homens e máquinas em meio aos nossos carros. Só não é pior porque não é deserta nem está na serra. A estrada é quase reta e em todo o trajeto se veem casas, chácaras e pequenas vilas. Além disso, é bastante movimentada.

Mas a partir de Shkoder, a primeira grande cidade do norte da Albânia, tudo é diferente e começa uma estrada de verdade. Dessa cidade são mais 80 km até Tirana, em estrada muito boa, com uma parte em pista dupla. O contraste era grande, comparando com o começo da viagem. Nessa estrada há vários postos de gasolina e restaurantes novos, bonitos e limpos. Quando paramos em um deles, vimos que a proprietária falava muito bem o italiano e o Euro foi aceito tranquilamente. Ela viveu pertinho de Assisi por mais de 10 anos.

A chegada em Tirana foi tranquila. A cidade é muito movimentada, carro e gente para todos os lados. Na rotatória não há preferência. Os carros vão se pondo à frente dos demais. Uma hora chega a vez. À medida que nos aproximávamos do centro a cidade ia melhorando. Chegamos na praça principal, onde está o Tirana Internacional Hotel, que dessa vez tínhamos reservado na véspera. A praça está em obras, mas percebe-se que é bonita e ampla. Aliás, tudo no centro é amplo. São muitos os parques e jardins e as ruas e avenidas são largas. Do lado de nosso hotel fica a Mesquita principal. Mas a poucos metros tem uma igreja católica. As religiões eram proibidas no tempo do comunismo, mas voltaram com toda a força e todos vivem em harmonia.

Assim que deixamos a mala no hotel, fomos passear e procurar um restaurante para almoçar. Nesse passeio outras boas surpresas. Fomos à pé até o bairro Block Area, perto da Universidade. Muita gente na rua, na maioria, jovens bonitos e alegres. Nesse bairro há dezenas de cafés, todos com muitas mesas ao ar livre. E todas ocupadas. Nunca vimos tanto movimento. Às 13 horas e o povo todo nos bares tomando café. Parece que já tinham almoçado. Um dos cafés deveria ter mais de 200 mesas.

Almoçamos no Restaurante Serendipity, de comida mexicana, italiana e típica local. Comemos bem. Em seguida continuamos a conhecer a cidade. Não há muitos pontos turísticos para visitar. Nosso interesse era praticamente ver as pessoas e a arquitetura da cidade. Nesse ponto era muito parecida com Monte Negro, mas aqui a cidade é bem maior. São muitos prédios velhos e horrorosos, em meio a prédios bonitos e modernos. Quanto às pessoas, vê-se claramente a globalização dos costumes. Todos se vestem como no Brasil e na Europa Ocidental. Celulares, bolsas de grife, e cabelos demonstram os mesmos hábitos que temos.

A moeda local é o Leke. Um Euro vale 125 Lekes. Por aqui tudo é barato. Vale a pena vir.

Nessa manhã de terça-feira, dia 19, estamos partindo para o sul. Não sabemos se chegaremos na Grécia hoje, pois as estradas não são boas. No caminho há uma importante cidade histórica que faz parte de nosso roteiro, Gjirokastra, que fica no sul da Albânia. Talvez tenhamos que dormir por ali. 

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